Acadêmicos do Salgueiro completa 70 anos e comemora em grande estilo

por Zeca Santos, Paulo Alcântara

Um ano de celebração dupla para o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. A agremiação completou 70 anos e junto a comemoração do centenário de Mercedes Baptista. E o palco escolhido não podia ser nada menos que o Salão Assyrio no Theatro Municipal.

Vocês leitores, seguidores e fãs devem estar se perguntando qual a relação entre o Salgueiro e Mercedes. Pois é, Mercedes Baptista foi a 1*bailarina negra a compor o corpo de baile do Theatro Municipa, porém nos anos 50 a direção não soube aproveitar o talento da diva, pelo simples fato que a pele dela tinha melanina em excesso e a sociedade da época não admitia isso. Não mudou grandes coisas não. Cansada de ser´´posta pra escantêio´´resolveu levar a dança clássica para as ruas e foi nos anos 60 que o Salgueiro abriu as portas para ela e as suas companheiras de dança. E foi ai que Mercedes criou a 1*ala coreografada num desfile de escolas de samba. E foi com o minueto que a escola conseguiu seu 1*título.

Era no Assyrio onde aconteciam os ensaios as aulas na época de Mercedes, por isso a escolha do local para o belíssimo espetáculo que levou a comoção a Jurandir Palma , também bailarina parceira de dança de Mercedes. E olhe Dona Jura completava 90 anos no evento.

O espetáculo comemorativo contou com exposição de figurinos do acervo da escola, fragmentos de todos os setores importantes(que valem nota nos desfiles oficiais), um buffet delicioso assinado pelo próprio Assyrio, ilustres da escola e da comunidade. Aplaudido de pé.

O mestre de cerimônia foi ninguém menos que o carnavalesco, historiador, comentarista, conselheiro da APASB(associação dos passistas do Brasil) o inigualável Milton Cunha, que trajado todo de vermelho em homenagem a escola que tem as cores vermelho e branco em seu pavilhão. A saber que Milton Cunha veste uma produção by Atelie by Izaquis.

Milton explicou que o espetáculo seria apresentado em forma de opereta dividida em 5 pequenos atos que representavam a história de Mercedes desde do sonho infantil, a consagração no carnaval.

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O Salgueiro foi fundado em 25 de Fevereiro de 1953 e desfilou pela primeira vez em 1954, conquistando o terceiro lugar, à frente da super campeã Portela. A escola foi responsável por renovar a estética do carnaval carioca ao convidar artistas de formação acadêmica, para confeccionar seus desfiles.

Possui nove títulos de campeã do Grupo Especial do carnaval carioca, conquistados nos anos de 1960,1963, 1965, 1969, 1971,1974, 1975, 1993 e 2009 , ocupando assim, junto com o Império Serrano e Imperatriz Leopoldinense a 4*posição no ranking das grandes campeãs do carnaval carioca.

Mercedes, além de ser exímia bailarina clássica fez incursões pelas danças populares, no candomblé,no Teatro Experimental Negro e por mérito consegue uma bolsa de estudos na Cia americana de Dança Afro-Americana de Katherine Duham, uma sumidade na época.

O Salgueiro é uma das maiores vencedoras do prêmio Estandarte de Ouro, sendo premiada como melhor escola por oito vezes. É a maior vencedora do Tamborim de Ouro, conquistando por seis vezes o prêmio principal. Nunca foi rebaixada do Grupo Especial. Sua pior colocação ocorreu em 2006, quando obteve o 11.º lugar.

Mercedes Ignácia da Silva Krieger, nascida em 1921, nos Campos de Goytacazes, foi bailarina, coreógrafa. Considerada a maior precursora do balet e da dança afro no Brasil.

O espetáculo foi concebido por Marcelo Pires, dirigido por Patrick Carvalho, que nos falou.

Todas as coreografias criadas e elaboradas pelo próprio Patrick Carvalho, Marcela Gil que nos deu a honra e pelo brilhante Carlinhos do Salgueiro, que não pode comparecer por estar em turnê internacional. Além da Lorena Cleton. Aplausos!

A voz firme e melódica foi do puchador oficial da escola Emerson Dias, disciplo natural do tradicional Quinho do Salgueiro, que por problemas de saúde não esteve presente.

Todas as fotos usadas nessa matéria são do fotógrafo e nosso editor Zeca Santos e as imagens de Daniel Azevedo.

O elenco selecionado fora escolhido pelos coreógrafos e todos fazem parte do corpo da Acadêmicos do Salgueiro. Aplausos!

Para saber mais sobre Mercedes Baptista consulte o link https://youtu.be/usjoYx20r7o

Uma grande e vitoriosa parceria ocorreu na década de 60 quando Mercedes, já dona de uma Cia de dança, se uniu com os carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. A saber que esse trio eram amigos da época de Theatro Municipal.

A escola Acadêmicos do Salgueiro é apelidada de “Academia do Samba“, enquanto seus torcedores são chamados pelo designativo “salgueirense”.

A Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro foi a junção de diversos blocos carnavalescos da época como Capricho do Salgueiro, Flor do Camiseiros, Terreiro Grande, Príncipe da Floresta, Pedra Lisa, Unidos da Grota e Voz do Salgueiro. Da união de pequenos blocos, surgiram três escolas de samba: Azul e Branco, Unidos do Salgueiro e Depois Eu Digo.

Uma platéia lotada e maravilhada em plena segunda feira,

A coluna agradece ao convite e ao credenciamento, parabeniza a agremiação pelos 70 anos, que venham mais títulos. Muitos aplausos ao centenário de Mercedes Baptista, uma figura histórica, guerreira e vitoriosa.

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