por Zeca Santos. Sebastião Neto;

O carnavalesco,historiador e comentarista Milton Cunha e ainda é o atual presidente da Academia Brasileira das Artes Carnavalescas(ABAC), comemorou o dia nacional do passista(19/01) com um grande grito de carnaval e claro com muito samba no pé.

Milton,convidou um grupo de bambas para alegrar a festa e ainda a diva da Lapa e da malandragem Margareth Mendes e sua banda Mojubá.

Mag como carinhosamente é conhecida,saudou EXÚ, o orixá da malandragem, como são vistos os passistas masculinos. Que por acaso se acabaram no palco com a diva em belíssimas performances.

O evento ocorreu no Casarão do Firmino, onde pelas manhãs é um estacionamento e nas noites,quando todos os gatos são pardos, vira uma casa de samba de primeira linha. Porém, nos duros tempos da ditadura militar o local era usado como estacionamento das viaturas do DOPS. Então o samba tem exorcisado o local.

O dia do passista 19/01, concedido pela Lei Valci Pele(que alias é um exímio passista ainda em atividade, e diretor da ala de passista da Viradouro e coreógrafo de algumas comissões de frente),antecede o feriado do dia do padroeiro da cidade São Sebastião,que é celebrado como um exemplo de fé inabalável, coragem diante das adversidades. Que é exatamente o que representa o/a passista são Guerreiros/as.Viu como tudo se entrelaça e acaba em samba.

´´Eu sou uma mulher de 56 anos que ao longo da minha vida sempre achei lindo ver a evolução das passistas nas escolas de samba e fui percebendo que havia uma diferença entre ser sambista e ser passista. A passista tem um diferencial no seu modo de conduzir o samba no pé, os braços ao se movimentarem, a maneira de sorrir e convidar o público para ver seu gingado. Já o sambista, além de tudo isso que a passista traz, há o seu modo particular e peculiar de traduzir o Carnaval e o samba no seu corpo com a alegria, do seu jeito para transmitir o prazer de estar sambando seja na avenida ou na vida. É uma forma de ver o mundo. Se eu sou passista? Sim. Por meio do projeto de Aldione Sena, que enxergou nas mulheres com mais de 40 anos do samba, o potencial que elas trazem e que continuam a riscar o chão com seu requebrado. Assim, ela vai derrubando preconceitos de corpos e potencializando aquilo que há em todas as mulheres sambistas: a alegria de estar no Carnaval, na roda de samba, nos blocos. Eu hoje me vejo como uma passista dentro de um corpo de mulher madura que só agora pode se perceber assim. Por isso, como diz o grupo Fundo de Quintal,(” aconselho a você que seja um sambista também do seu jeito, com seu corpo, com sua idade.´´)´´!(Lucimar Adão,professora da rede municipal do Rio de Janeiro, pesquisadora da cultura afro,nossa editora)

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Todas as fotos usadas nessa matéria são do fotógrafo e nosso editor Zeca Santos e as imagens de Daniel Azevedo.

O grito foi um sucesso, bem organizado, muito animado,com muita interação com o público

A coluna agradece ao convite,parabeniza a todos os passistas pelo seu dia, aplaude o Grito do Milton. Estamos seguindo.

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