por Paulo Alcantara, Zeca Santos

O que diria a Tia Ciata, João da Baiana, Donga e Pixinguinha ao tomarem conhecimento da fundação das escolas de samba mirins?

Tia Ciata iria querer saber se estão dando comida a essas crianças e já preparar a feijoada para a patota de Cosme e demonstraria preocupação em saber se elas estão indo bem na escola, enquanto Donga iria perguntar se as famílias das crianças estão tendo ajuda de custo e se estão gostando dessa separação em prol do bem estar dos erês, enquanto Pixinguinha iria procurar saber porque não estão chamando o povo para assistir essas crianças na terça feira de carnaval.

Sim, pois João da baiana contou que há uma luta infinita travada entre a LIGA e a imprensa para cobrir os desfiles de gente grande e nenhum investimento e apoio psicológico ou financeiro para as agremiações considersdas filhas de cada grande escola.

O que se vê a cada ano, com maior frequência é um grande abandono nas terças de carnaval, até mesmo por parte dos gestores das escolas mães em detrimento das escolas mirins. Como pode uma mãe ter mais brilho e glamour do que seus filhos? Ser mãe é proteger  investir, abrir mão de luxo em prol de seus filhos.

Mas, não manter uma escola Mirim como se tivessem a obrigação de custear aquele “peso” sem um bom retorno financeiro. Esquecendo o quanto era trabalhoso manter as crianças menores de idade no meio de vai e vem de carros alegóricos nos desfiles das escolas ditas mães no meio daqueles mecanismos gigantes deslizando de um lado para o outro forrados com madeira, inúmeros tecidos sintéticos, arrames, adereços e muitas pessoas.

Esse espaço trazia riscos as crianças e inúmeras vezes o conselho tutelar do Juizado de menores era obrigado a fazer pesadas vistorias desde a concentração das escolas, perdurando a vista fina durante todo o desfile e ainda um pente fino na dispersão.

Eram inúmeros problemas que foram solucionados com a criação das escolas de samba mirins. Só que desde quando os desfiles eram na sexta feira de carnaval até hoje, ocorrendo na terça feira gorda, o evento não  consegue levar público e investimento. Não há interesses nos órgãos envolvidos em oferecer atrativos para manter a passarela cheia e motivando assim as crianças, ditas de “o futuro do samba e do carnaval.”

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Mesmo com esse descaso e falta de interesse, nossos grandes nomes do samba supracitados no início do texto devem estar indignados com o pouco caso destinado às crianças que serão e já são o futuro do nosso rito, nossa cultura e nosso amor a ancestralidade.

Com a situação em que vivem as escolas de samba mirins, a Estrelinha da Mocidade que desfilou embaixo de chuva sem carro de som e sem o samba enredo.

Todas as fotos usadas nessa matéria são do fotógrafo e nosso editor Zeca Santos e de Paulo Alcantra e as imagens de Daniel Azevedo e Paulo Alcantara.

Vocês sabiam que o único camarote que funciona na terça de carnaval. é o Folia Tropical com a festa Folia dos Amigos Ton, destinada a crianças com deficiência e as desfilantes, ja acontece a 1o anos, sendo tudo de graça para os infantes. E as madrinhas desse evento são as rainhas de baterias das agremiações que doam seus caches para instituições de reabilitação infantis. MUITOS APLAUSOS!

Pensem melhor senhores gestores, investir no futuro e garantia de termos novos amantes do carnaval ainda colaborando para os grandes e largos lucros que a cidade do Rio de Janeiro anualmente permanece ganhando e enchendo os cofres públicos. Não deixem que o samba morra por conta de seus interesses pessoais, o sambista Mirins receberão no futuro os muitos prêmios de carnaval, sugestão para os desfiles infantis, a Tv Globo possui inúmeros canais infanto juvenis que tal se um deles transmitissem, a verba arrecadada com a venda dos direitos de transmissão seriam divididas pelas escolas mirins, como é feito nos campeonatos de futebol. Fica cada dica!